Este NÃO é apenas mais um guia de viagens. Vem com a voz de autor estreante numa viagem pop, a Disney da Flórida. Quase um diário de viagens. E ainda faz comparações com a Ilíada, história famosa na Idade Antiga. Se uma coisa tem a ver com a outra, aí, a decisão é do seu ouvido, amigo leitor, querida leitora.
Mas também é um guia de viagens como todos os outros. Basta ficar na primeira parte do livro, onde estão as listas de coisas para checar, ver e fazer quando se vai à Disneyworld. Vamos nomear esta primeira parte de Fast Lane, via rápida, que vai lhe ajudar a enxergar bem naquelas terras distantes e cheias de nomes estranhos, Orlando, Kissimee, Osceola, Tampa. Sem falar em Boca Ratton, logo ali em Miami.
Se gostou da Fast Lane, querendo mais, estamos aí, com um pouco de cultura clássica, universal. A Ilíada é um poema épico-religioso, quinze mil versos, escrito por Homero, um Aedos, um tipo de contador de histórias bem popular no século VIII AC. Foi o primeiro poeta na história do mundo a virar celebridade.
Ele escreveu ainda a Odisséia e várias outras aventuras em verso, e as declamava em praças lotadas. Na Ilíada, Homero narra uma guerra há 3,2 mil anos, entre os Aqueus – antepassados dos gregos - e os Troianos, com a participação mais do que especial de Zeus, Poséidon, Hera, Tétis, Apolo, Afrodite e outras criaturas e deuses mitológicos.
Exalta dois grandes guerreiros – Heitor e Aquiles - e milhares de guerreiros menores. É o confronto de duas culturas, um conflito iniciado muito antes da guerra, por causa de uma fruta dourada durante um casamento. O pomo da discórdia. Hollywood à lá grega. Ação, intriga, sexo, amor, perícia, ódio, batalhas, tramas surpreendentes ao final.
Por isso leitores e leitoras, a Disneylíada: uma quase paródia, uma história cruzada. Com certeza, relata um esforço homérico para todos que fazem essa aventura, para o agrado dos nossos pequenos deuses, nossos filhos. Meses de preparação para alguns dias de desfrute mitológico. Quilômetros andados e horas discutidas por autorizações, documentos, verificações de segurança, consultas a amigos e parentes. Tudo para se divertir num país que, assim como Tróia, vive em guerra.
Porque também gosto de histórias e de viagens coloquei outros assuntos. Um pouco das origens da Disney e da Universal Studios, dos personagens das notas de dólar, as roller-coasters, montanhas-russas, história do próprio turismo. Para que a leitura seja também uma viagem no conhecimento, que nunca termina, assim como o tempo.
Posso supor que um dia, quando Orlando for descoberta por algum arqueólogo, daqui a três mil anos, talvez seja tratada com o mesmo respeito e admiração que hoje concedemos a Atenas e seus deuses. E pode ser também que naquela época Homero fosse apenas uma diversão de praça pública. Quem vai saber ?
PS >: A FAST LANE ESTARÁ DISPONÍVEL NA VERSÃO IMPRESSA, EM MARÇO 2008
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